Olá meninas :)
Hoje venho falar-vos das estratégias que implementei, em conjunto com a minha colega, no contexto onde nos encontrávamos a intervir.
Durante o período de intervenção achamos importante implementar estratégias que visassem a construção de um ambiente democrático, onde o aluno tivesse um papel ativo e onde tivesse vez e voz na organização e gestão do seu processo de ensino e aprendizagem. Desta forma optámos por implementar o conselho de turma e o diário de turma, na medida em que estas são duas estratégias onde o aluno pode participar e tomar decisões sobre o seu processo de ensino e aprendizagem.
Estas duas estratégias foram implementadas na quarta fase de intervenção, sendo que primeiramente introduzimos o conselho de turma e mais tarde, quando surgiu a necessidade de arranjar algum instrumento onde os alunos nos pudessem colocar questões, dar sugestões, dar feedback sobre as atividades que realizávamos ou até mesmo chamar a atenção para comportamentos ou atitudes que os seus colegas pudessem ter e que estes não achavam corretos, implementamos o diário de turma. Este último funciona como um registo da vida da turma, onde os alunos podem escrever sobre o que gostaram, o que não gostaram, o que fizeram ou o que gostariam de vir a fazer, possibilitando assim aos alunos a participação ativa na vida da turma.
Após a implementação destas estratégias fomo-nos apercebendo que os alunos começam a ficar interessados em participar e ajudar a gerir o seu próprio processo de ensino e aprendizagem. No 1º conselho de turma, os alunos participaram de forma civilizada, sendo que ao mesmo tempo começaram a perceber que este momento era o momento onde não iriamos “crucificar” as suas atitudes, mas onde iriamos em conjunto arranjar soluções para os problemas dos seus colegas.
Conforme fomos realizando os conselhos de turma e ao mesmo tempo analisando os diários de turma percebemos que em alguns alunos como: o Martim, a Maria Leonor, o João Pedro, entre outros já começavam a ter algumas mudanças ao nível do seu comportamento. Todavia os resultados não foram os mesmos em todos os alunos, sendo que assim senti a necessidade de implementar novas estratégias com alguns alunos, trabalhando assim com eles de uma forma mais individualiza, como foi o caso da Maria Leonor. Esta aluna apesar de ter modificado significativamente o seu comportamento, ainda não conseguia cumprir as regras que haviam sido estipuladas, sendo que optámos (em conselho de turma) por a colocar ao lado de um aluno calmo e trabalhador, mas a Maria Leonor acabava por distrair os seus colegas. Muitas vezes me questionei o porquê de tal acontecer. Será que a Maria Leonor fazia de propósito? Será que ela tinha a consciência do quanto perturbava as aulas? Será que ela tinha a perceção que incomodava os seus colegas ao ponto de estes não quererem estar sentados ao seu lado?
Estas foram algumas perguntas que me fui colocando e que me fizeram pensar em novas estratégias que ajudassem a Maria Leonor a autorregular o seu comportamento. Tentamos que ela estivesse sentada nos lugares da frente, ou até mesmo perto da regras de sala de aula, porém os resultados eram os mesmos e as perguntas surgiam novamente: “Porque será que ela se comporta assim?”, “Será que compreende que incomoda tantos os professores e os colegas?”, “Ou será que simplesmente não tem noção que o faz tantas vezes?”. Foi esta a pergunta que me fez refletir e perceber que a origem do problema podia estar aqui! A aluna em questão podia não se aperceber que incomodava muitas vezes a aula e que isso era prejudicial para si, mas não só.
Optei por implementar a estratégia de contagem de um determinado comportamento. No primeiro dia, a Maria Leonor, contabilizou 19 tracinhos, todavia no dia seguinte diminuiu para 13 e nos dias que se seguiram, a aluna conseguiu diminuir o número de tracinhos, chegando mesmo estes a ser pontuais já no fim da nossa intervenção. Assim e na minha opinião acho que o fato de a aluna se achar como parte integrante em todo o processo, facilitou todo este trabalho, uma vez que a mesma tomou consciência de que realmente o seu comportamento não era adequado a uma sala de aula.