Quinta-feira, 14 de Novembro de 2013
Tendo em conta que estamos numa posição em que devemos refletir acerca de tudo na nossa prática e vamos desenvolver um projeto de investigação-ação no âmbito do ensino pré-escolar e 1ºCEB, partilho com vocês algumas ideias em que tenho andado a pensar, procurando fundamentá-las com autores que de certeza já tiveram oportunidade de ler.
Acho que é extrema importância que o educador/professor adote uma atitude crítica e reflexiva sobre os seus próprios métodos/estratégias de ensino. Com isto quero dizer que o professor deve auto questionar-se com o intuito de procurar melhorar as suas competências e excluir os aspetos negativos da sua atividade, tendo sempre em mente o sucesso escolar dos alunos. Um professor é profissional quando investiga a sua forma/método de ensino. Como referencia Stenhouse citado por Alarcão (2001), “o desenvolvimento curricular de alta qualidade, efectivo, depende da capacidade dos professores adoptarem uma atitude de investigação perante o seu próprio ensino” (p. 23).
Segundo o mesmo autor “…a concepção actual de currículo e de gestão curricular reclama que o professor seja não um mero executor de currículos previamente definidos ao milímetro, mas um decisor, um gestor em situação real e um intérprete crítico de orientações globais” (p. 21). Realço esta afirmação, pois estou inteiramente de acordo com o autor, uma vez que encaro o currículo como um dispositivo mediador. O professor/educador deve ser um construtor do currículo, encarando-o não como um receituário, mas como um instrumento sobre o qual deve refletir e adaptar consoante as necessidades e interesses do grupo, da comunidade, etc…
Para Isabel Alarcão, (2001) “Ser professor investigador é ser capaz de se organizar para perante uma situação problemática, se questionar intencional e sistematicamente com vista à sua compreensão e posterior solução” (p. 25). Nesse sentido, surge-me a questão “Porque fazemos investigação?” Para melhorar o nosso conhecimento e o dos outros; para compreender melhor o pensamento educativo; para diagnosticar e ajudar a resolver problemas (de uma prática, de uma organização…); para agir mais adequadamente; e essencialmente para transformar sabendo o porquê.
A investigação tem como principal objetivo recolher dados, trata-los, interpretá-los e apresenta-los. Para isso, os professores recorrem preferencialmente a experiências em contexto de sala de aula adotando maioritariamente, registos escritos, análises e comentários do que é observado.
Para terminar, Isabel Alarcão (2001) procura esclarecer o conceito de professor-investigador através da ligação entre quatro vetores, nomeadamente, qualidade da educação, investigação, desenvolvimento profissional e institucional e inovação. Importa referir que os vetores referenciados têm cada um a sua importância e nenhum deles é indispensável, uma vez que todos se encontram interligados. No entanto, deveremos tomar como ponto principal a qualidade da educação, sendo que a mesma não se faz sem investigação e, consequentemente, desenvolvimento profissional e institucional levando portanto à inovação, constituindo assim um ciclo “vicioso”.
Alarcão, I. (2001). Professor-investigador. Que sentido? Que formação?. In Bártolo Campus (Org.) Formação profissional de professores no ensino superior (pp. 21-30). Porto: Porto Editora.
Olá :)
Considero que falares do professor reflexivo e investigador é um tema bastante pertinente e que abrange todas nós.
Considero que é fundamental como futuras profissionais da educação refletirmos sobre as nossas práticas, pois segundo Roldão (2009), a capacidade de o profissional refletir sobre a função que desempenha, questionando-se sobre a eficácia da mesma, reorientando-a, através da tomada fundamentada de decisões, corresponde ao pleno exercício de uma profissão. No nosso caso, ao pleno exercício da profissão docente.
A ação reflexiva é, assim, um processo que permite ao educador adquirir e construir novas estratégias, tornando-se um profissional flexível e aberto aos desafios que lhe são constantemente impostos.
Continuação de um bom trabalho!
Beijinho.
Márcia.
Referência bibliográfica:
Roldão, M. C. (2009). Estratégias de ensino: o saber e o agir do professor. Vila Nova de Gaia: Fundação Manuel Leão.
Olá Fabiana :)
Colocaste um post interessante porque adotar uma atitude reflexiva e investigadora é algo que diz muito a todas nós.
Refletir sobre as nossas práticas, antes, durante e após e para a ação são reflexões que devemos realizar constantemente ao longo da nossa prática pedagógica e ao longo da nossa formação futura.
Segundo Marques et al (s.d.) “ser professor reflexivo significa ser um profissional que reflecte sobre o que é, e o que realiza, o que sabe e o que ainda procura, encontrando-se em permanente atenção às situações e contextos em que interage” (p. 132).
Um profissional de educação, enquanto profissional de qualidade, deve estar em constante formação e, para isso, é necessário que proceda, com bastante frequência, a uma reflexão sobre as suas práticas. Tal reflexão permitirá ao educador aprofundar os seus conhecimentos.
Considero que é muito importante que o educador adote uma atitude reflexiva e investigadora, sendo capaz de avaliar as suas práticas e ver até que ponto são adequadas às necessidades e aos interesses das crianças, pois serão as suas práticas que condicionarão as aprendizagens das mesmas.
Continuação de bom trabalho.
Beijinho :)
Sandra Baptista.
Referência Bibliográfica:
Marques, M., Oliveira, C., Santos, V., Pinho, R., Neves, I. & Pinheiro, A. (s.d.). O Educador como Prático Reflexivo. Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti.
Olá Fabiana :)
O teu post é interessante, uma vez que, concordando com o que as colegas disseram, a reflexão é uma prática constante na nossa prática pedagógica e futura profissão!
Segundo Oliveira & Serrazina (n.d), o professor
reflexivo é aquele que busca o equilíbrio entre a ação e o pensamento e uma nova prática implica sempre uma reflexão sobre a sua experiência, as suas crenças, imagens e valores.
Assim, gostava de saber se te consideras um professor reflexivo? Porquê? Pergunto isto porque, como estamos ainda a iniciar a nossa caminhada ainda há práticas com as quais nos estamos a adaptar, incluindo refeltir sobre a prática, o contexto, etc... Neste sentido, por vezes, é difícil questionármo-nos acerca do que observamos, acabando por nos acomodar e aceitar aquilo com que nos deparamos.
Beijinho,
Ana Resende
Referência Bibliográfica:
Oliveira & Serrazina (n.d). A reflexão e o professor como investigador.
Olá Ana Resende,
Tal como afirma Sá-Chaves (1998), "a reflexão é um modo de fazer reviver e de fazer a recaptura da experiência com o objetivo de a inscrever num sentido, de aprender a partir dela e de, nesse processo, desenvolver novas compreensões e apreciações" (p. 138).
Na minha opinião, este conceito implica ainda a consciencialização do que se pensa acerca do que se faz ou fez e sobre o que envolve essas ações. Contudo, não se pretende apenas repensar acerca daquilo que passou, mas sim a procura de soluções lógicas e racionais para os problemas, envolvendo a emoção, a intuição e a interação. Tal como afirma Alarcão (1996),
só após a descrição do que penso e do que faço me será possível encontrar as razões para os meus conceitos e para a minha atuação, isto é, interpretar-me e abrir-me ao pensamento e à experiência dos outros, para no confronto com eles e comigo próprio, ver como altero – e se altero – a minha praxis educativa (p. 182).
Procuro sempre refletir na ação e refletir sobre a ação e por isso considero-me uma pessoa reflexiva. Em relação à primeira, posso afirmar que esta implica uma reflexão no decorrer da ação, não sendo necessário interrompê-la, pudendo reformulá-la durante a sua realização, tal como acontece na interação verbal em situação de conversação. Relativamente à reflexão sobre a ação é pressuposto existir um distanciamento da ação, sendo esta reconstruída mentalmente para ser analisada retrospetivamente.
Alarcão, I. (1996). Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Porto: Porto Editora.
Sá-Chaves, I. (1998). Porta-fólios - no fluir das concepções, das metodologias e dos instrumentos. Em L. S. Almeida, & J. Tavares , Conhecer, aprender, avaliar (pp. 135-141). Porto Alegre.
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