O desenvolvimento da tecnologia, nomeadamente dos meios de informação e comunicação, contribuiu significativamente para o avanço pessoal, profissional e económico à escala mundial. Com o surgimento da internet o mundo sofreu uma revolução no que concerne à área da comunicação, pois “a internet atinge o singular da sociedade: permite-nos estar onde queremos, quando queremos e fazê-lo de forma activa e reactiva, ou seja, em interactividade é constante. Ela funciona como uma “semente digital” (Almeida, 2004:155), a cada clique nasce um novo “fruto”, mais uma informação”. (Marques, 2009: 34).
Segundo a UNESCO, a internet veio ajudar os cidadãos a desenvolver e praticar mais as suas capacidades de comunicação e aptidões cognitivas, “demonstrando que os indivíduos não são recipientes passivos, mas capazes de constituírem comunidades virtuais de forma bastante autónoma.” (UNESCO, 2005:77). Assim, também Silva afirma que “o aluno é um individuo ativo e autónomo, responsável por sua própria aprendizagem, com capacidade de analisar criticamente as informações e de elaborar seus próprios conceitos e opiniões. O aluno trabalha em equipe, trocando conhecimentos com outros alunos e com o professor. Estuda para aprender e não para ser aprovado.” (Silva, 2009: 77, 78).
No que concerne à área da Educação, é importante referir que “a utilização das tecnologias ao serviço de educação é um tema actual, mas não novo”. (Marques, 2009: 34). Efetivamente é atual e cada vez mais necessário para as nossas rotinas diárias, tanto pessoais como profissionais e, por isso, tornou-se fundamental introduzir as tecnologias de informação e de comunicação na educação, as chamadas TIC.
Segundo Raquel Marques, “os jovens aderiram facilmente TIC e são os maiores utilizadores da Internet, sentindo-se extremamente confortáveis a lidar com a Internet e com as novas formas de aquisição de informação e comunicação que ela proporciona. Os discentes, ao procurarem informação nesta grande rede, são obrigados a separar a informação que lhes aparece ao longo de todas as ligações que vão fazendo. Eles têm de ser suficientemente críticos para diferenciar a boa informação da má informação. Dessa forma, o trabalho de pesquisa torna-se produtivo, existindo a possibilidade de aprendizagem significativa. “Aprender a buscar o que se precisa, ao invés de simplesmente esperar que alguém venha a dar o que se deseja, é de fato muito importante (…) uma vez que a cultura e a economia atuais e certamente do futuro estarão voltadas para o conhecimento” (Souza, 2002:11).” (Marques, 2009: 40). Desta forma, “os alunos podem deixar de ser seres isolados para fazerem parte de uma rede humana”. (Marques, 2009: 44). A internet, nomeadamente comunidades virtuais como o facebook, o hi5, o msn ou o blog ajudam as crianças e jovens a desenvolver as suas capacidades de comunicação e convivência. São este género de sítios que podem, por um lado, ser promotores de novas aprendizagens e, por outro lado, podem igualmente constituir um elevado risco, nomeadamente para a segurança essencialmente das crianças cuja inocência e imaturidade conduzem a que, na maioria das vezes, sejam enganadas e aliciadas.
Contudo, com base nas pesquisas efetuadas, consideramos importante salientar que os alunos não aprendem apenas o que lhes é ensinado nas aulas de TIC ou de informática. Na verdade, “os jovens de hoje, alunos, são o futuro e já fazem parte deste novo mundo, eles cresceram nele e estão aptos a desenvolver-se nele. (…) Os discentes estão aptos para desenvolver competências digitais, mas os docentes parecem inaptos para ajudar no desenvolvimento, pela primeira vez, temos uma geração de professores com menos literacia digital que a geração de alunos”. (Marques, 2009: 39). Os jovens aprendem também através das comunidades virtuais, pois nestas podem “recriar ambientes que ajudem a valorizar o prazer em construir o seu processo de aprendizagem”. (Marques, 2009: 45). Através da internet os alunos têm a possibilidade de construir o seu próprio conhecimento através das pesquisas realizadas e da muita informação que podem recolher e selecionar sobre determinada temática.
O e-learning revelou-se uma ferramenta extremamente importante no processo de ensino e de aprendizagem, pois permite a partilha de documentos quer por parte do docente quer do aluno e é um meio de comunicação aluno-professor mesmo a longas distâncias. Segundo Silva (2009), “começou a ter impacto nas instituições de ensino superior em Portugal no final do século passado” (Silva, 2009: 23) e, efetivamente cada vez mais as plataformas de e-learning têm ajudado os alunos nas suas aprendizagens e os docentes na promoção das mesmas.
Num ambiente virtual de aprendizagem (AVA) “ a autonomia do aluno é condição indispensável, caracterizando-se como o desenvolvimento das capacidades de pesquisar, de organizar-se e de pensar de forma crítica e independente (Pontes, 2000)”. (Silva, 2009: 81). Assim, através do Ensino à Distância (EAD), o aluno poderá:
No que concerne à sua própria aprendizagem, o aluno deverá ser autónomo, ativo e colaborativo. Por sua vez, no que respeita às atitudes e ao comportamento na sua generalidade, o aluno deverá estar aberto a novas ideias e perspetivas, manifestando gosto pelos estudos e demonstrando espírito de iniciativa e de autodisciplina. Da mesma forma, o aluno deverá também ser capaz de respeitar os colegas e saber tirar partido de debates, críticas ou sugestões resultantes da interação com os mesmos.
Assim, nesta aprendizagem online, o aluno deverá desempenhar um papel ativo na construção do conhecimento, de forma a desenvolver as suas capacidades, ultrapassando as dificuldades e obstáculos que possam surgir. Neste sentido, o aluno deverá empenhar-se ao máximo, organizando a informação recolhida e selecionando a que considerar relevante para a sua autoaprendizagem. O trabalho colaborativo entre os alunos é deveras estimulante, pois facilita a existência de uma constante (auto)reflexão que, por sua vez, permite a partilha de ideias, opiniões e críticas.
Em suma, consideramos que as comunidades virtuais, cada vez mais utilizadas por miúdos e graúdos e mais ou menos direcionadas para a educação, constituem um importante meio de aprendizagem e reflexão.
Beijinhos,
Ana Cláudia e Cátia Lopes.
Bibliografia
Webgrafia