Neste post irei falar sobre a implementação do meu projeto de SIE, inicialmente falarei um pouco sobre o surgimento desta temática interligada com os conteúdos a abordar no 2º ano de escolaridade, depois descrevo as atividades realizadas de uma forma sucinta, depois encontra-se uma pequena reflexão sobre o percurso, tendo em conta aquilo que não correu tão bem e que mudaria e por fim encontram-se algumas fotografias ilustrativas do vivido.
A temática que está subjacente ao meu projeto de SIE está relacionada com a Convenção sobre os direitos das crianças, mais concretamente o artigo 2, ou seja, com as questões das diferenças raciais e culturais, pensei que seria importante os alunos conhecerem as diferentes culturas e raças, pois só assim as poderão compreender e respeitar. Só gostamos e só respeitamos aquilo que realmente conhecemos! Por forma a enquadrar a minha temática articulando-a com os conteúdos que temos que abordar procurei desenvolver uma gestão intercultural do currículo/ programa do 2º ano.
A partir do momento em que as intervenções passaram a ser semanais de responsabilidade individual, decidi então aprofundar a minha temática. Para tal, dei a conhecer inicialmente aos alunos o mapa-mundo e os diferentes continentes, em que através de questões fui sondando os alunos sobre o conhecimento que já possuíam do ano anterior relativamente a esta temática e puderam assim reconstruir novo conhecimento através daquele que já possuíam. Para abordar esta temática elaborei um mapa-mundo em tecido com os diferentes continentes que ficou na sala de aula e onde posteriormente os alunos colocaram imagens de alguns aspetos culturais dos continentes que fomos abordando. Para além disto, a turma foi dividida em grupos, cada grupo montou um puzzle de um continente diferente e depois apresentou à turma o continente que tinha e os aspetos que via presentes nesse continente. De seguida, estudámos um pouco sobre as raças existentes com maior incidência nos diferentes continentes e fizemo-lo através de um projeto que os alunos acompanham desde o 1º ano, o ALFA, que é uma espécie de extra-terrestre que veio para a terra para estudar e que tem vários amigos, que os alunos já tinham conhecido no 1º ano. Alguns desses amigos do Alfa são de outros continentes, inclusive têm raças diferentes. Analisámos essas raças e colocámos no mapa esses mesmos amigos do Alfa nos seus respetivos continentes.
Nesta mesma semana estudámos ainda, alguns aspetos culturais do continente Europeu, tais como a abordagem a conceitos matemáticos, nomeadamente a noção de número natural, a noção de inclusão e a decomposição com a ajuda das Matrioskas (bonecas originárias da Rússia), em que para além dos conceitos matemáticos fiz notar aos alunos o nome e a origem destas bonecas; as profissões típicas da Europa, fazendo alusão para o facto de serem típicas mas não exclusivas; animais típicos e as suas características e construímos um instrumento musical típico de Espanha, as castanholas, cada aluno construiu o seu com materiais possíveis de reutilizar (tampas de garrafas ou iogurte, pedaços de cartolina e cola) e para finalizar confecionámos um prato típico italiano, as pizzas.
Na semana seguinte, estudámos o continente asiático e o africano. No continente asiático, os alunos tiveram oportunidade de experimentar comer arroz com pauzinhos, os hashi, de conhecer o Tangram e o Ábaco, o Mikado e as profissões típicas. No continente africano, os alunos conheceram um conto tradicional africano sobre crocodilos, um instrumento musical típico e uma música, as profissões típicas e um jogo muito jogado em África que ajuda no desenvolvimento do cálculo mental, conhecido por Wari.
Na última semana, estudámos o continente Americano e a Oceânia. No continente Oceânia, estudámos as profissões típicas, os animais típicos e o fenómeno natural dos vulcões, onde realizámos uma atividade experimental sobre vulcões e o seu funcionamento. No que diz respeito ao continente Americano, estudámos os animais típicos, a dança da Capoeira, onde veio uma professora de Capoeira demonstrar esta luta disfarçada de dança e falar-nos um pouco sobre a cultura brasileira, confecionámos um bolo típico do Brasil conhecido por bolo de Fubá, conhecemos a origem do Halloween e experimentámos um jogo típico mexicano, a piñata e o chapéu típico, o sombrero.
Finalizada a intervenção, há aspetos sobre os quais eu gostaria de refletir particularmente. Se fosse hoje mudaria duas situações: optava por abordar um continente por semana, porque o tempo era escasso e muitas vezes notei que houve aspetos culturais que não ficaram tão bem consolidados pela grande quantidade de informação que ia sendo disponibilizada e nunca faria tantas atividades em apenas dois dias como aconteceu com o continente asiático e africano, faltou sistematização, foram abordados muitos conteúdos, muitas regras novas e não houve verdadeiro tempo para reflexão, sistematização e assimilação.
Dominique