Bom dia meninas,
hoje decidi vir partilhar convosco a temática do meu relatório de estágio, que desenvolvi durante a implementação do meu projeto de intervenção.
Sendo a temática geral de seminário a diversidade linguística e cultural e desenvolvimento da comunicação e da expressão, decidi focar-me na sensibilização à diversidade linguística e na consciência metalinguística. Deste modo, a minha questão de investigação é "De que forma atividades de sensibilização à diversidade linguística contribuem para o desenvolvimento da consciência metalinguística, em crianças do 2.º ano do 1.º ciclo do ensino básico?". Para dar resposta a minha questão de investigação, implementei um projeto de intervenção com atividades de sensibilização à diversidade linguística e desenvolvimento da consciência metalinguística.
Conforme Andrade, Lourenço & Sá (2010), a sensibilização à diversidade linguística é a preparação das "crianças para viver em sociedades plurais e criar disponibilidades para a aprendizagem de várias línguas" (p. 83). Assim sendo, pretende-se que as crianças desenvolvam atitudes de valorização e de respeito pela diferença. Não se pretende que dominem fluentemente várias línguas , mas que saibam reconhecer alguns dos seus aspetos e características reconhecendo deste modo a diversidade linguística existente no mundo.
Relativamente à consciência metalinguística, este é um termo desconhecido para muitos, mas que se entende como "o conhecimento deliberado, reflectido, explícito e sistematizado das propriedades e operações da língua" (Sim-Sim, 1998, p. 220). Por outras palavras, a consciência metalinguística surge através do desenvolvimento do conhecimento explícito da língua e do seu funcionamento, bem como do desenvolvimento da competência gramatical, quase sempre asociada ao contexto escolar. Para além disto, a consciência metalinguística requer uma reflexão sobre a língua e sobre a linguagem. Para que se processe esta reflexão é necessário que o falante tenho o controlo sobre as regras da língua, ou seja, sobre a sua gramática.
Importa também definir o que se entende por gramática, uma vez que é o que se pretende que as crianças adquiram, de forma a desenvolverem a sua consciência metalinguística. Segundo o Quadro Europeu de Referência para as Línguas, gramática de uma língua pode ser entendida como "o conjunto de princípios que regem a combinação de elementos em sequências significativas marcadas e definidas (as frases)" (QECR, 2001, p. 161). A competência gramatical pode ainda ser definida como "o conhecimento dos recursos gramaticais da língua e a capacidade para os utilizar" (Ibidem). Por fim, o ensino da gramática "visa desenvolver a consciência linguística das crianças, a qual, ao longo do seu percurso escolar, evoluirá para o estádio de conhecimento explícito" (Duarte, 2008, p. 18).
Espero que tenha ficado explícita a minha temática do relatório de estágio e que a minha partilha vos tenha enriquecido.
E vocês, que temas estão a trabalhar?
Beijinho e continuação de um bom trabalho para todas!
Sabrina Duarte
Referências bibliográficas:
- Andrade, A. I., Lourenço, M., & Sá, S. (2010). Abordagens plurais nos primeiros anos de escolaridade: reflexões a partir de contextos de intervenção. Intercompreensão. Revista de Didática de Línguas, Nº 15, pp. 69-89.
- Conselho da Europa (2001). Quadro europeu comum de referência para as línguas. Aprendizagem, ensino, avaliação. Lisboa: Edições Asa .
- Sim-Sim, I. (1998). Desenvolvimemto da linguagem . Lisboa : Universidade Aberta .