Neste post iremos: refletir um pouco sobre a importância da observação para a caraterização do contexto, daremos a conhecer algo da caraterização da turma do 2º ano onde nos encontramos inseridas, bem como o espaço educativo e aspetos respeitantes à organização e gestão da rotina e por fim, refletiremos sobre a importância desta primeira fase de caraterização para as fases que se seguem de intervenção. Iremos expor a informação desta forma e com este conteúdo porque consideramos que vos pode ajudar a conhecer um pouco melhor o nosso contexto, porque tem uma organização e um encadeamento lógico (no nosso entender) e a conhecer também a nossa perspetiva sobre a importância da observação para a consequente caraterização.
A primeira fase deste percurso foi de observação, que teve a duração de três semanas, e que vai assumir-se como um elo de investigação obrigatório para as posteriores intervenções. Citando Estrela (1994: 21) “não é possível qualquer intervenção, minimamente fundamentada do ponto de vista científico, se não conhecermos com objetividade a realidade em que pretendemos intervir.” Assim, consideramos que esta fase de observação é crucial e obrigatória, pela importância que tem para o conhecimento mais profundo e claro dos alunos.
Deste modo, com base na observação foi possível conhecer o contexto e o grupo com quem vamos estar durante este período de estágio. No entanto, a observação é um elemento flexível e possui um campo de abrangência muito grande, existindo, desta forma, várias dificuldades inerentes a este processo, pelo que é recomendável enumerar alguns critérios para o contexto em análise para assim facilitar a tarefa. Neste âmbito, é de referir que o Sistema de Acompanhamento das Crianças (SAC) se assumiu e assume como fundamental nesta fase, na medida em que fornece indicações sobre os pontos-chave onde deveríamos centrar a nossa atenção. Assim sendo, pudemos ter uma noção mais concreta e detalhada do grupo, em que nos foi possível conhecer as rotinas, as interações, as estratégias utilizadas pela professora responsável, cada criança, o clima do grupo, o espaço para a iniciativa, a organização do espaço e a oferta educativa.
A turma é composta por 16 alunos, o que na nossa ótica, é muito bom em termos de trabalho, pois o nível de atenção dispensada a cada criança é mais elevado. Os alunos têm idades compreendidas entre os 6 e os 8 anos de idade e a turma é composta por 9 alunos do sexo masculino e 7 do sexo feminino.
O espaço educativo que envolve as crianças do grupo encontra-se amplamente organizado e pensado. As mesas encontram-se dispostas no seu modelo mais tradicional, três filas de quatro mesas separadas umas das outras. A professora explicou-nos que esta disposição torna-se mais cómoda para ela e para os alunos, no sentido em que pode acompanhar mais facilmente os alunos, consegue ter uma visão mais ampla sobre o trabalho que cada aluno está a desenvolver e não permite que os alunos estabeleçam tanta conversa uns com os outros, o que poderia perturbar o decorrer da aula.
Relativamente à organização do dia, podemos dizer que há uma rotina diária, em que de manhã, após o soar da campainha, as crianças entram na sala, deslocam-se a um dos armários e recolhem uma caixa com material necessário ao bom funcionamento das aulas sentando-se na secretária que lhe corresponde, sendo que um aluno por ordem alfabética entrega os cadernos diários, enquanto a professora ou um aluno que se voluntarie vai escrever a data no quadro. Todos os alunos fazem a data no seu caderno e ficam a aguardar indicações da professora para o trabalho a realizar. Segue-se a hora do lanche e do intervalo, onde as crianças podem ir para o exterior brincar, voltando, posteriormente, à sala para retomar o trabalho. Chegando a hora do almoço, existem crianças que almoçam na escola, outras que vão almoçar a casa. Depois regressam à sala de aula, onde dão início ao trabalho. Às 15h30 as atividades letivas dão-se por encerradas, seguindo-se as AEC’s. Na transição existe um intervalo em que as crianças lancham e podem brincar no exterior. Existem crianças que não frequentam as AEC’s, pelo que regressam a casa.
Por fim dizer que no nosso entender esta fase de caraterização do contexto assumiu-se como muito importante na medida em que um professor necessita de conhecer as suas crianças de forma muito precisa e organizada para poder intervir com sucesso. Citando Rief & Heimburge (2000, p.188) “Para que um professor seja eficaz, é imperativo que tenha consciência das dificuldades académicas, comportamentais e socio emocionais de alguns dos seus alunos e que seja sensível e compreensivo relativamente a estas.”
Referências Bibliográficas:
ESTRELA, A. (1994). Teoria e Práticas de Observação de Classes. Um Estratégia de Formação de Professores. Porto: Porto Editora.
Rief, S. & Heimburge, J. (2000). Como Ensinar Todos os Alunos na Sala de Aula Inclusiva. Porto: Porto Editora.
Ana e Dominique